Olá amigo!

Estava eu a chegar à casa do Filipe, como habitualmente acontece, numa tarde de fevereiro, quando ouço a dizer:
 - Olá amigo!
Ao início fiquei assustado pois não sabia de onde viriam essas palavras, até que o Mickey, um cão lá da casa, estava a passar a sua pequena cabeça nas minhas pernas, como se de carinho meu ele precisasse.
- Olá amigo!- de novo ouvi, mas desta vez constatei que era o rafeiro a falar.
Achei estranho, mas sempre sentira que aquele cão era diferente dos outros. Era sempre o afastado, o único rafeiro, que de carinho recebia pouco, mas acima de tudo, sempre fora o meu preferido.
- Olá Mickey! – respondi um pouco assustado.
- Antes de mais, obrigado por me dares carinho e atenção. És o único que me acha especial, os outros acham-me feio, sem graça.
- Não tens de agradecer, eu sempre percebi a tua solidão, a tua mágoa pelo teu aspeto exterior, mas sempre foste o que eu mais gostei.
- Eu preciso da tua ajuda.
- O que precisas Mickey?
- Preciso que lhes proves que o aspeto não interessa.
- Sempre o tentei fazer, mas as pessoas deste mundo não percebem!
- Então fá-las perceber!
- Fá-lo-ei. – respondi por último.
De seguida, fui ter com o Filipe e a sua família para começar a aventura que é mudar um mundo.




Francisco Silva - 8º B



Uma amiga improvável

Podes até nem acreditar, mas estive a conversar com uma borracha! Foi numa manhã de inverno, na escola, estava imenso frio e uma vez que tinha deixado a minha borracha em casa usei a da Marta. Reparei, entretanto, que estava toda riscada e apesar de não ser minha não consegui ficar indiferente e optei pela ideia de apagar aqueles riscos. Nessa aula estávamos em teste, então, a Marta foi para outra mesa e levou apenas a caneta e deixou portanto o estojo comigo. Enquanto pensava no texto que ia escrever no teste, comecei a apagar os riscos e ouvi uma vozinha em tom bem baixinho, que me dizia:
- Obrigada, a sério!
Fiquei perplexa e sem entender de onde vinha aquela voz fofa, respondi.
- Obrigada? De quê? Quem és? 
- A borracha, a borracha da Marta! Salvaste-me! Estou farta de ser tratada como lixo, ela gasta-me e risca-me toda, sinto que ela não gosta de mim...! - Dizia ela tristonha
- Ela não faz por mal, pequenota! Ela nem imagina que tem a borracha mais fofa deste mundo! E ainda por cima falas!
- Não lhe contes, mas por favor ajuda-me, e diz-lhe que "fica mal" riscar-me toda!
- Ok, eu falo com ela. Acredita que nunca mais te vais sentir "como lixo" porque não o és!
E assim  correu a conversa. Nunca pensei que uma borracha falasse, mas tem mesmo de ser especial, a minha já não é assim. A Marta tem que a estimar e não estragar.
  Fica a dica, nunca desperdices o que tens porque para ti pode ser pouco, mas para outras pessoas é ótimo.
  É quando se perde que se dá valor, e pode ser tarde! Confia!



Inês Dias - 8ºA


Um amigo diferente

Cheguei eu a casa depois de um dia de aulas. Abri a porta para o jardim e deparei-me com um pequeno e engraçado pássaro acastanhado. Fiquei a olhar para ele e ele para mim, até que para meu espanto, ele disse:
- Olá!
Eu fiquei pasmado até que ele interrogou:
-Tu não falas?
- Falo, só não sei bem o que dizer – respondi atrapalhado.
- Então começo eu. Como te chamas?
- Nuno. E tu? - disse eu, ainda meio engasgado com as palavras.
- Eu queria avisar-te…
- Avisar-me de quê? Porquê a mim? – interrompi-o.
- Avisar-te que vocês estão a estragar a nossa casa com as vossas fábricas e os vossos carros.
- Por que me dizes isto a mim que nada posso fazer acerca disso?
- Digo-te isto a ti, pois sei que vais tentar ajudar-me a parar a calamidade que é a poluição.
Ouvi de repente um piar longínquo e ele disse:
- Tenho de ir!
- Ainda não me disseste como te chamas!
Mas ele já não me respondeu.
Entrei em casa e disse à minha mãe:
- Temos que acabar com a poluição.
- Quem te meteu isso na cabeça?
- Foi um passarinho que me contou…

Nuno Matos - 8º B

Clube de TEATRO


"Um Sonho Longe Demais", peça de teatro representada pelo Clube de Teatro da EB Mosteiro e Cávado, no passado dia 24 de abril, no Auditório Vita, em Braga.